Os rios de Curitiba terão bacias de contenção de águas da chuva para impedir alagamentos na cidade. A criação dos "piscinões" está prevista no Plano Diretor de Drenagem Urbana da Prefeitura de Curitiba, que foi tema de reunião, nesta segunda-feira (3), entre os nove administradores regionais e gerentes de manutenção da cidade.
"Esta proposta faz parte do nosso Plano Diretor de Drenagem, que está em estudo para ser implementado no segundo semestre de 2012", explica o secretário municipal de Obras Públicas, Mario Tookuni. O plano está sendo elaborado pela empresa Cobrape e está recebendo sugestões de funcionários da Prefeitura.
As áreas de contenção serão subterrâneas ou implantadas ao lado dos rios para acabar com enchentes nas seis bacias hidrográficas, ao longo de uma área de 432 quilômetros quadrados. As bacias irão reter as águas, diminuindo o volume de vazão dos rios em épocas de chuva e evitando transbordamentos. Estes "piscinões" estarão em terrenos vagos ao lado dos rios, como é previsto ao longo do rio Atuba, ou, em outras áreas, escavados sob prédios e casas, como acontece hoje no rio Caranguejinho, um dos afluentes do rio Barigui, no Bigorrilho.
Controle - O estudo do Plano Diretor de Drenagem está sendo feito nas bacias que cruzam Curitiba: Atuba, Belém, Passaúna, Barigui, Ribeirão dos Padilhas e o rio Iguaçu, dentro do limite da cidade. Em cada um destes rios, foram levantados pontos onde acontecem alagamentos freqüentes. Também integram o estudo informações do impacto da vazão dos rios que vem dos municípios a Curitiba.
O Plano de Drenagem aponta também a necessidade de a cidade ter um sistema de monitoramento de seus rios, para que seja possível tomar medidas preventivas em locais de risco. Pelo estudo da Cobrape, estas estações podem ser fixas ou móveis, que permitirão ações futuras de controle das cheias.
Fundo - Outra sugestão no estudo é a criação de um fundo de combate às enchentes, que pode ser criado com recursos próprios, repasses estaduais ou federais. Com este fundo será possível fazer obras para conter cheias nas bacias da cidade.
A partir das informações já coletadas, as equipes técnicas da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal de Assuntos Metropolitanos vão dar sugestões para aperfeiçoar o plano, que definirá ações para projetos de macrodrenagem que vão atender as bacias da cidade.
O Plano Diretor é uma importante ferramenta de planejamento e define diretrizes que orientam o trabalho, neste caso, na área de drenagem. Tendo as diretrizes urbanas e ambientais definidas em cenários de curto, médio e longo prazos, a nova ferramenta ajudará a Prefeitura na adoção de medidas para minimizar o impacto das enchentes.
Incluirá também medidas para a preservação das nascentes, melhoria da qualidade da água e ao reordenamento das ocupações irregulares. E vai prever ações para revitalização dos rios, adequação da estrutura de drenagem, implantação de bacias de contenção e acumulação, monitoramento do lançamento de esgoto e ações de desassoreamento e limpeza dos rios.